Apicultura

Apicultura
Produtos da Abelha

quarta-feira, maio 16, 2012


Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/abelha6.htm


Produção de mel

   O mel começa como néctar que as abelhas coletam nas flores. Basicamente, o néctar é uma recompensa que as plantas produzem para atrair insetos e pássaros polinizadores. É um líquido doce que possui os óleos aromáticos responsáveis pelo perfume das plantas, além de outras substâncias características. As abelhas coletam esse néctar sugando-o com seus probóscides e armazenando-o em seus estômagos de mel. Em seguida, as abelhas domésticas levam o néctar de volta para a colméia, carregando 40 miligramas por vez.
   As abelhas campeiras regurgitam o néctar e passam-no para as operárias na colmeia. Em seguida, essas abelhas gradualmente transformam o néctar em mel por meio da evaporação da maior parte da água que ele contém. O néctar possui 70% de água, ao passo que o mel tem apenas em torno de 20%. As abelhas se livram da água extra engolindo e regurgitando o néctar várias vezes. Elas também agitam suas asas sobre os alvéolos cheios do favo de mel. Esse processo retém bastante açúcar e os óleos aromáticos da planta enquanto as enzimas dos aparelhos bucais das abelhas são adicionadas.
   O mel final é espesso, grudento e bem doce. Ele contém vários tipos de açúcares, inclusive sucrose, frutose e glicose. O sabor e a cor dependem das flores em que as abelhas colheram o néctar. O mel de flor de laranjeira, por exemplo, tem sabor e aroma que lembram o da laranja. 
   As abelhas se alimentam de mel e armazenam a quantidade suficiente para sobreviverem durante o inverno. À primeira vista, as abelhas não parecem ser muito ativas ou precisar de muita comida durante o inverno. Elas só deixam suas colméias para se aliviarem, já que as abelhas não defecam no lugar onde vivem. Enquanto estão dentro das colméias, porém, as abelhas trabalham muito. Elas cuidam da rainha e aquecem a colméia tremendo os músculos de suas asas, de forma muito parecida com os humanos, que tentam se aquecer estremecendo o corpo. Elas também controlam a temperatura da colméia durante o verão, fazendo o ar circular pela colméia com suas asas e respingando água no favo de mel.
   O mel é uma boa fonte de alimento para as abelhas por duas razões. Primeiro, a grande quantidade de açúcar que ele contém fornece muitas calorias, que são queimadas por elas quando aquecem o ninho e cuidam da rainha. Segundo, suas propriedades físicas o tornam extremamente resistente às bactérias:
  • uma das enzimas adicionadas ao mel durante o processamento do néctar é a glucose oxidase; quando as abelhas diluem o mel para alimentar as mais jovens, a glucose oxidase quebra a glicose em peróxido de hidrogênio, que ajuda a matar os germes;
  • pH do mel fica entre 3,5 e 4; em outras palavras, ele é levemente ácido -- tão ácido quanto um suco de laranja --, o que desencoraja o desenvolvimento de bactérias;
  • o mel é higroscópico, o que significa que pode absorver a umidade do ambiente, e possui uma alta pressão osmótica. As bactérias que entram em contato com o mel sofrem plasmólise.Elas perdem sua umidade, que passa para o mel, e morrem.
Mel e botulismo
   O mel geralmente é muito bom para matar bactérias, mas existe uma exceção notável: as bactérias em forma de esporos, como aClostridium botulinum, que causa o botulismo. A C. botulinum pode formar esporos protetores, que a isolam das propriedades antibacterianas do mel. Como eles podem viver no solo e se sedimentar na natureza, é relativamente fácil para alguns esporos pegarem carona nos corpos das abelhas e chegarem ao mel. A quantidade de esporos do botulismo no mel geralmente não é perigosa para adultos, mas pode ser mortal para crianças com menos de um ano de idade. Por esse motivo, nunca é uma boa ideia dar mel para um bebê.
   A grande quantidade de açúcares, o sabor e as propriedades antimicrobiais do mel também o tornam útil para as pessoas. Hoje em dia, ele é usado na culinária caseira e comercial, e uma pesquisa médica indica que pode ser eficaz no tratamento de organismos resistentes a antibióticos, principalmente em feridas abertas. Nada disso é novidade. As pessoas vêm colhendo e usando mel por mais de 6 mil anos. Historicamente, as pessoas o usaram para adoçar alimentos e fazer bebidas fermentadas, como o hidromel. Além disso, cobrir uma ferida com mel ou com ataduras embebidas em mel era uma prática comum antes do desenvolvimento de antibióticos.
   Por essas razões, as pessoas encontraram maneiras para facilitar e tornar mais cômoda a colheita de mel das abelhas. A seguir, vamos ver como os apicultores acomodam as abelhas e colhem o mel.
Apiterapia
   O uso de produtos produzidos por abelhas, inclusive mel, pólen colhido, geléia real e cera alveolada, para tratar doenças ou machucados é conhecido como apiterapia. Os apiterapeutas defendem desde o uso de ferrões de abelhas para combater a dor de artrite até o uso de mel para tratar cortes e arranhões. A medicina ainda não confirmou muitas das capacidades de cura atribuídas a essas substâncias. O mel possui, no entanto, propriedades antibacterianas evidentes e documentadas pela medicina.
   

Criação de abelhas

   Por centenas de anos, as pessoas desenvolveram muitos tipos de colméiasartificiais que oferecem abrigo e espaço para as abelhas e ao mesmo tempo facilitam a colheita de mel. O modelo mais usado hoje em dia é a colméiaLangstroth, desenvolvida por Lorenzo Lorraine Langstroth na década de 1850. Antes das invenções de Langstroth, as pessoas basicamente mantinham as abelhas em colméias feitas de cestas, caixas ou pedaços de lenha. Algumas delas tinham suportes inclinados e removíveis, em que as abelhas penduravam os favos de mel. Outras não tinham uma maneira conveniente de conseguir acesso ou remover o mel. Colméias com suportes inclinados ainda são usadas em algumas partes do mundo, e os apicultores maias que criam abelhas sem ferrão ainda usam lenhas como colmeias.
   Langstroth descobriu que as pessoas podiam influenciar a maneira como as abelhas desenvolvem seus favos de mel ajustando a quantidade de espaço em sua área de desenvolvimento. Essa área, conhecida com espaço-abelha, permite que as abelhas se movimentem, cuidem das mais jovens, desenvolvam novos favos de mel e produzam mel. De acordo com as teorias de Langstroth, a quantidade ideal de espaço entre as camadas de favo de mel é de 64 a 79 milímetros.
   A colméia de Langstroth usa uma estrutura com várias camadas e quadros removíveis para incentivar as abelhas a construírem suas colméias de forma organizada e para facilitar a colheita do mel pelos apicultores. A partir da base, as camadas são:
  • fundo, onde fica a base da colméia;
  • ninho, que é feito com uma caixa chamada melgueira e é onde a rainha deposita seus ovos e as operárias criam as larvas;
  • tela excluidora, uma chapa perfurada pela qual a rainha não pode passar, impedindo que ela deposite ovos nos alvéolos;
  • melgueiras rasas, que possuem em torno da metade da profundidade do ninho, onde as abelhas armazenam o mel.
  • tampa.
    Os apicultores geralmente usam melgueiras rasas em vez das normais para armazenar o mel porque ele é relativamente pesado. Uma melgueira rasa pesa cerca de 15,9 Kg quando está cheia, ao passo que uma funda pesa quase 36,3 Kg. Isso facilita a remoção e a substituição das melgueiras pelos apicultores. As abelhas irão continuar a produzir e armazenar mel enquanto tiverem espaço suficiente; então, remover os favos de mel completos e substituí-los por melgueiras vazias é importante para a criação de abelhas. Também é importante se certificar de que as abelhas tenham comida suficiente para o inverno. Por isso, muitos apicultores fazem a última colheita de mel no fim do verão, para que elas possam coletar néctar e transformá-lo em mel durante o outono.
    Para fazer a colheita de mel, os apicultores podem remover os favos de mel prontos das melgueiras rasas e colocá-los para girar em um aparelho chamado centrífuga, ou extrator de mel. Ele remove o mel do favo ao mesmo tempo que deixa a estrutura intacta. Como são necessários 9 Kg de mel para formar 45 Kg de cera alveolada para a colméia, a reutilização dos favos geralmente permite que os apicultores colham mais mel.
   Essa estrutura faz com que seja relativamente fácil para o apicultor realizar a colheita do mel sem danificar a colmeia ou machucar alguma abelha. O apicultor, no entanto, tem que ser cuidadoso. Muitos apicultores usam uma máscara e luvas para proteger seus rostos e mãos das picadas enquanto estão trabalhando com as colmeias. Eles também se movem bem devagar quando estão abrindo a colmeia, retirando e substituindo os quadros. Isso é importante porque as abelhas liberam um feromônio de alarme quando são esmagadas ou usam seus ferrões. Esse feromônio incentiva suas irmãs na colmeia a picarem qualquer coisa que esteja por perto. Os apicultores podem mascarar esse feromônio com a fumaça de um fumegador, que essencialmente é um conjunto de foles preso a uma lata à prova de fogo com um bocal na ponta. A fumaça também incentiva as abelhas a pararem de trabalhar e começarem a comer mel no caso de precisarem abandonar a colméia por causa do fogo. Isso diminui a chance de as abelhas se tornarem agitadas ou defensivas enquanto o apicultor trabalha na colmeia.
   Uma colônia de abelhas pode ter milhares de operárias. Para produzir bastante mel, essas abelhas precisam de grandes fontes de alimento, como pomares, extensas plantações de vegetais ou outras áreas com uma densa vegetação. Os apicultores, porém, principalmente aqueles que realizam atividades de grande escala, nem sempre vivem perto o suficiente das fontes de alimento certas para alimentar todas as abelhas. Alguns suplementam os alimentos naturais das abelhas com néctares artificiais e pólen comprado. Outros alugam suas abelhas para fazendeiros, que as usam para polinizar as plantações. Sem as abelhas alugadas, as plantações não produziriam os alimentos necessários.
   Essa necessidade de abelhas domésticas para a polinização de plantações é a razão pela qual muitas pessoas estão preocupadas com um fenômeno conhecido como Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC). A seguir, vamos ver os mitos e as verdades por trás do DCC.
   Ocupando a colmeia
   Os apicultores podem conseguir suas abelhas de várias fontes. Algumas vezes, o apicultor irá capturar um enxame que se formou na propriedade de alguém. Os apicultores também ocupam suas colméias com rainhas e abelhas compradas de um fornecedor.

Desaparecimento de abelhas: Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC)

   Na primavera de 2007, agências de notícias começaram a fazer reportagens sobre um fenômeno preocupante na população das abelhas. De acordo com as reportagens, os apicultores visitaram suas colméias e descobriram que as abelhas haviam desaparecido. Às vezes, a rainha e algumas abelhas que tinham acabado de sair dos ovos eram as únicas que restavam. Os apicultores não encontraram evidências de predadores que se alimentam de abelhas, como vespas e mamíferos que gostam de mel. Eles também não viram muitas abelhas mortas ou evidências de doenças, como a cria giz ou a cria ensacada, que atacam as larvas em desenvolvimento, ou de nenhuma espécie de ácaro, que ataca abelhas adultas ou em desenvolvimento. Com base nessas informações, pareceu improvável que as abelhas tivessem ficado doentes e morrido. Por outro lado, muitos apicultores relataram que mariposas, animais e outras abelhas evitaram os ninhos que tinham acabado de ficar vazios, pelo menos por alguns dias. Isso geralmente acontece quando as abelhas morrem por causa de doenças ou de contaminação química.
   Muitas dessas notícias eram alarmantes. Elas descreviam que os apicultores estavam perdendo mais da metade de suas abelhas e explicavam a importância das abelhas domésticas na polinização das plantações de alimentos. Alguns artigos indicavam que o desaparecimento das abelhas iria resultar em fome alastrada por várias regiões. Outras citavam Albert Einstein, dizendo que os seres humanos morreriam em quatro anos se as abelhas entrassem em extinção.
   É bastante improvável que Einstein tenha feito essa afirmação sobre abelhas, que agora é famosa, mas o Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC) é um fenômeno real. Ele tem o potencial de afetar drasticamente a produção de comida e de mel, mas é mais complexo do que algumas notícias o fazem parecer. Primeiro, o DCC afetou abelhas domésticas e comerciais, aquelas que são criadas exclusivamente para produzirem mel e polinizar plantações. Ele parece afetar abelhas de colméias que são movidas de um lugar para o outro com o intuito de polinizar plantações. As abelhas comerciais compõem uma pequena porção da população geral de abelhas. Outros tipos delas, inclusive as abelhas africanizadas, não parecem ser afetadas.
   Essa também não foi a primeira vez que a população de abelhas domésticas diminuiu de maneira repentina e inesperada. As populações de colônias individuais podem diminuir bastante durante o inverno, época em que as abelhas morrem naturalmente. Além disso, os apicultores relataram grandes diminuições nas populações de suas colméias várias vezes nos últimos 100 anos. Em 1915, apicultores de vários estados informaram grandes perdas de abelhas. Esse distúrbio ficou conhecido como Doença do Desaparecimento, não porque as abelhas desapareciam, mas porque o distúrbio era temporário e não voltou a ocorrer.
   Os pesquisadores nunca determinaram a causa da Doença do Desaparecimento ou das diminuições subseqüentes na população de abelhas. As causas da DCC ainda são incertas e várias possibilidades foram descartadas porque não estão presentes em todas as colônias afetadas. Por exemplo, os apicultores que tiveram as colônias afetadas têm métodos diferentes para alimentar suas abelhas e para controlar os ácaros e outras pestes. As abelhas nas colônias afetadas não parecem ter vindo do mesmo fornecedor. O Grupo de Trabalho do Distúrbio do Colapso das Colônias, que está investigando o fenômeno, também não suspeita que as plantações geneticamente modificadas sejam culpadas.
   Existem, no entanto, algumas teorias predominantes sobre as causas do DCC:
  • o processo de transportar abelhas por longas distâncias para polinizar plantações pode causar estresse, debilitar o sistema imunológico das abelhas, deixá-las expostas a outros patógenos ou afetar suas habilidades de vôo;
  • ácaros que geralmente se alimentam de abelhas, como o varroa e o traqueal, podem estar expondo as abelhas a um vírus desconhecido. Esses ácaros podem ter causado colapsos de colônias no passado, mas também deixaram evidências para os apicultores, o que não é o caso da DCC;
  • algum patógeno desconhecido ou outro fator pode estar afetando a habilidade de vôo das abelhas;
  • as abelhas domésticas podem ter pouca diversidade genética,fazendo que a espécie inteira seja suscetível a um surto de doença.
   Uma teoria conhecida, de que os celulares podem estar causando a DCC, foi completamente descartada. Essa teoria virou notícia em abril de 2007, depois que o jornal britânico "The Independent" apresentou um artigo com uma conexão entre os celulares e o desaparecimento das abelhas. O estudo que o "The Independent" citou não era, no entanto, relacionado com os celulares. Em vez disso, os pesquisadores estavam estudando a energia eletromagnética emitida pelas bases dos telefones sem fio, por meio da implantação delas diretamente nas colméias. Um telefone sem fio usa um comprimento de onda de energia eletromagnética diferente da que o celular usa.
   Aproximadamente 15% da comida que os norte-americanos consomem vem diretamente da polinização das abelhas domésticas. Outros 15% vêm de animais que consomem alimentos que as abelhas polinizam. Em outras palavras, quase um terço da comida que os norte-americanos consomem atualmente precisa da polinização. Alguns artigos afirmam que os norte-americanos também irão perder todo o fornecimento de carne sem as abelhas domésticas para polinizar os alimentos. Isso não é necessariamente verdade. Algumas plantas, como o trevo vermelho e a alfafa, são uma grande fonte de alimento para vacas e outros animais de pasto. As abelhas grandes geralmente polinizam os trevos vermelhos e as solitárias abelhas cortadoras-de-folhas costumam polinizar a alfafa. Em outras palavras, a diminuição das abelhas domésticas não significa necessariamente que essas plantas irão perder seus polinizadores.
   Não é incomum as abelhas selvagens serem grandes polinizadoras de plantas selvagens e de plantações. Na verdade, até o século XVI não havia abelhas domésticas nas Américas. As abelhas solitárias, selvagens e outros animais faziam toda a polinização necessária para o desenvolvimento das plantas. Os colonizadores espanhóis trouxeram as abelhas domésticas para as Américas com o intuito de aumentar a produção de mel. Embora muitas pessoas achem que as abelhas domésticas são benéficas, elas tecnicamente são uma espécie invasora.
   Infelizmente, se as abelhas domésticas entrarem em extinção, seria difícil para as abelhas selvagens assumirem as funções delas na polinização de plantações de alimentos. Existem algumas razões para isso:
  • as fazendas de hoje geralmente são de monocultura -- elas usam bastante terra para cultivar um único tipo de plantação. Grandes colônias de abelhas domésticas são boas para polinizar esses tipos de plantações. As abelhas solitárias são melhores para polinizar plantas mais variadas e em áreas menores;
  • o uso de pesticidas e a perda do hábitat causou um grande declínio na população e na diversidade de abelhas solitárias e selvagens.
   Neste momento, não se sabe exatamente para onde foram as espécies de abelhas domésticas e como essa queda da população irá afetar o fornecimento de comida mundial. Embora essa diminuição possa não resultar na extinção repentina da raça humana, é provável que tenha, se continuar, um grande efeito sobre o que comemos.
   Para aprender mais sobre abelhas, mel e assuntos relacionados, confira os links na próxima página.
   


Abelha coletando pólen

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